O empresário curitibano Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “sheik dos bitcoins”, está no centro de um esquema de criptomoedas que lesou milhares de investidores no Brasil e no exterior. Silva é acusado de criar empresas fraudulentas com promessas de altos retornos garantidos, enganando tanto investidores comuns quanto figuras públicas.
Entre as vítimas do golpe estão o ex-jogador de futebol Jucilei, que perdeu R$ 45 milhões, e Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, que move um processo para reaver R$ 1,2 milhão. A fraude foi revelada em reportagem do programa Fantástico, exibida em setembro de 2023, destacando a magnitude do esquema.
Silva foi preso pela Polícia Federal em agosto deste ano, em Curitiba, após ser investigado tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Ele montou uma rede de empresas especializadas em supostos investimentos em criptomoedas, como a Forcount, que atraiu 30 mil investidores ao redor do mundo. O empresário oferecia retornos garantidos em eventos internacionais, buscando atrair mais clientes para o esquema.
Com o tempo, o verdadeiro propósito das empresas foi desmascarado. A figura pública “Salvador Molina”, que se apresentava como o CEO da Forcount, era na verdade um personagem fictício, interpretado pelo ator uruguaio Nestor Nunes. Molina não passava de uma fachada para esconder a verdadeira operação de pirâmide, que resultou em prejuízos de US$ 50 milhões aos investidores.
A descoberta do golpe foi feita após investigações conjuntas da Polícia Federal e das autoridades norte-americanas. A fraude financeira revelou a participação de atores e a criação de uma narrativa elaborada para convencer os potenciais investidores a confiarem nas promessas de lucros exorbitantes.
No Brasil, Francisley já estava sob investigação por outros esquemas fraudulentos, envolvendo as empresas Rental Coins e Interage. O esquema financeiro movimentou cerca de R$ 4 bilhões em 2022, evidenciando o tamanho da fraude que abalou tanto o mercado de criptomoedas quanto a confiança dos investidores.
Atualmente, Francisley enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes contra o sistema financeiro, tanto no Brasil quanto nos EUA. Sua defesa alega que a empresa Forcount sofreu com má administração e nega que o ator contratado tenha sido utilizado para lesar investidores.