A 4ª Semana de Cinema Negro de Belo Horizonte teve início no dia 13 de setembro no Cine Humberto Mauro, Palácio das Artes, e segue até o dia 20. Além de exibições presenciais, o festival também conta com sessões online, ocupando ainda o Cine Santa Tereza a partir do dia 19. A programação é gratuita e inclui mostras de filmes nacionais e internacionais, debates e atividades formativas.
A abertura do evento traz o filme “Twice In The Oblivion” (“Duas Vezes Esquecido”), do cineasta haitiano Pierre Jean Michel. O longa retrata o massacre de 20 mil imigrantes haitianos em 1937, ordenado pelo ditador Rafael Trujillo, na República Dominicana.
Duas mostras destacam o cinema caribenho. “Arquipélago de Cinemas” exibe documentários contemporâneos da região, enquanto “Revolucionária antes de tudo” homenageia Sara Gómez, cuja obra foi recentemente restaurada, reacendendo o interesse por sua contribuição ao cinema.
A mostra “Muitas Áfricas” explora produções do continente africano, incluindo o premiado documentário cabo-verdiano “Omi Nobu” e o drama tanzaniano “Tug Of War”, que aborda questões políticas e sociais durante os últimos anos coloniais de Zanzibar.
O festival também celebra os pioneiros do cinema africano com a exibição de filmes de Paulin Vieyra e Timité Bassori, cujas obras refletem críticas sociais e explorações psicológicas. Já no Brasil, a mostra “Abrindo Caminhos” destaca produções precursoras do cinema negro brasileiro, como “Na Boca do Mundo” de Antônio Pitanga.
Entre as homenagens, Lilian Solá Santiago, documentarista e pesquisadora, será celebrada por sua contribuição ao cinema negro. A curadora Alessandra Brito conduzirá uma conversa com a homenageada, que abordará seu trabalho e influências.
A programação inclui também a mostra “Cine-Escrituras Pretas”, que apresenta 23 filmes selecionados via chamamento público. Essas obras, produzidas por cineastas negros brasileiros, estarão disponíveis online na plataforma Ubuplay, ampliando o alcance das narrativas afrodiaspóricas.
O evento oferece, ainda, atividades formativas como a série de diálogos “Políticas do Olhar” e uma masterclass de direção de atores com Georgina Castro. Para encerrar, o Gira da Quebrada trará música, dança e performances culturais, enriquecendo a semana de celebração do cinema negro.